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20/05/2015
A baixa procura da população pela vacina do vírus influenza (gripe) preocupa a equipe de imunização de Criciúma. Até o momento, segundo dados da Vigilância Epidemiológica do município, pouco mais de 50% das gestantes e das crianças acima dos seis meses de idade, que estão entre os grupos prioritários, se vacinaram. O número chama a atenção tendo em vista que a campanha nacional iniciada no último dia 4 encerra nesta sexta-feira, dia 22.
Conforme o médico pneumologista, Fábio Souza, a meta da vacinação é atingir pelo menos 80% da população. Se este percentual não for atingido pode ocorrer um novo pico de gripe e até mesmo em suas formas mais graves com piora clínica apresentando febre, tosse e falta de ar como visto no surto epidêmico em 2009.
“Ano passado estive em dois hospitais em Boston, nos Estados Unidos, no período do inverno (Brigham e Massachusetts General Hospital), onde houve uma baixa vacinação e um maior número de internações até mesmo com mortes do que nos anos com maior adesão à vacina”, lembra.
Quem deve receber a vacina? – A vacina é gratuita e podem receber em postos de saúde crianças a partir de seis meses até os cinco anos de idade, pessoas acima de 60 anos, gestantes e mulheres em um período de 45 dias após o parto, profissionais da saúde e indígenas.
Quais são os grupos prioritários – De acordo com o médico, as chamadas populações de risco também devem ser vacinadas, que são aquelas que apresentam os seguintes fatores: doença respiratória crônica (asma e doença pulmonar obstrutiva crônica-enfisema pulmonar); doença cardíaca crônica (exemplo: insuficiência cardíaca); doença renal crônica (exemplo: pacientes que necessitem de hemodiálise); doença hepática crônica (exemplo: cirróticos); doença neurológica crônica (exemplo: acidente vascular cerebral); obesos grau III; diabetes; pacientes imunodeprimidos (ou por uso de imunossupressor ou por HIV/Aids); transplantados; pacientes portadores de trissomias como síndrome de down.
Qual a importância desta imunização - A vacina é importante para evitar as formas graves da infecção viral que podem causar febre, tosse e falta de ar, necessitando de internações. “Na época do grande surto epidemiológico houve um maior número de mortes pela infecção viral. A vacina é modificada a cada ano e a pessoa deve ser vacinada anualmente justamente para evitar o maior número de doenças graves e até mesmo a morte”, esclarece Souza.
Existe alguma contra-indicação ou efeito colateral? – A vacina não é recomendada para quem tem alergia à proteína do ovo. Já em relação ao efeito colateral, segundo o especialista, eventualmente o paciente pode apresentar problemas locais com dor leve e vermelhidão no local da aplicação da dosagem.
“A vacina é realizada com o vírus morto inativado e pode levar até três semanas para que o organismo tenha o benefício imunológico após a aplicação. Ou seja, em média, em até 15 dias mesmo após a vacina existe ainda a possibilidade de infecção viral, pois o organismo ainda não produziu a defesa necessária”, explica o médico.
Por que nem todo mundo recebe a vacina gratuitamente? - Os grupos de risco estão mais propensos a desenvolverem as doenças virais que a vacina protege, quando comparados com a população em geral.
Por quanto tempo dura a imunização pós-vacina? - Como o vírus da gripe sofre mutação a cada ano, o tempo de cobertura da vacina é de um ano. Por esta característica viral de mutação anual deve se realizar a vacina a cada ano.
Para as pessoas que não se vacinarem, quais são as orientações? - Toda vez que tossir e espirrar colocar a mão ou o antebraço à frente e higienizar as mãos sempre. “Boa noite de sono, alimentação saudável, boa hidratação e atividade física sempre auxiliam no sistema imune”, alerta o pneumologista.